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Grêmio
09/02/2022
Vestidos de tricolor e preocupação
Os primeiros jogos do Grêmio titular no Gauchão deste ano foram de euforia e animação, mesmo em se tratando de um começo de temporada em que jogaremos a Série B. Tardes de sol, famílias chegando, as mais variadas camisetas históricas circulando pelos arredores do estádio. Em partidas sem muito peso as superstições ficam de lado e muita gente veste modelos que quase nunca usam.
Mas a vontade de incentivar relevando o cenário atual, que deveria sobressair-se com duas vitórias até aqui, deu lugar à preocupação. Com a mesma cara insossa que rebaixou o clube, o time relembrou os motivos da queda, e reforçou o medo de que o acesso não seja tão natural como pensamos.
Há boa qualidade no elenco. Há, também, jogadores comprometidos com a causa. Porém, mantém-se a falta de ânimo vinda da casamata. O treinador não vibra, não indigna-se com o marasmo. Assistia mais imóvel do que pensativo a um empate melancólico contra o modesto São José, antes que Diego Souza evitasse o pior com o gol salvador, parecendo concordar com aquilo. Cenário parecido contra o Guarany de Bagé, que só não ofereceu dificuldades ao Grêmio porque há um abismo entre os elencos. Mancini demora nas decisões e substituições, e apressa o nervosismo na arquibancada. E falta contratar. Isso ficou claro.
Por fim, há peças que mesmo num Grêmio de segundona jamais poderiam vestir a camisa modelo 2022, que um dia também será histórica e motivo de orgulho de quem desfilará com ela. Sem falar na direção que assistiu junta às partida das tribunas da Arena, nenhum vestindo tricolor, igualmente apáticos ao começo de um ano chave para o destino do clube, dando a eterna falsa impressão de que sabem o que fazem.
Alguém pode me lembrar que forma apenas as primeiras amostras de um time que recém deixou a pré-temporada e tem muito a evoluir. Que o nível do elenco está acima dos demais da B. Por vezes, eu também penso assim. Mas, então, eu vou para o estádio com meu manto preferido, e não o da sorte, vejo um Grêmio que parece não ter entendido o buraco em que se enfiou, e o otimismo fica seriamente ameaçado. Que eu esteja errado ou que os responsáveis acordem. Do contrário, 2022 será ainda mais longo.
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