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A fila do Sine de Porto Alegre desta manhã virava a esquina. Sempre vira. Uma quase multidão num calor de já quase 30 graus, de pé, esgueirando-se na pouca sombra, à procura de um emprego. Qualquer um. Que pague contas, que garanta dignidade, que alimente família e adie um sonho que outro, até que sortes melhores os visitem.

Emprego, trabalho. Esse que muitas manhãs, fora do calor e de uma injusta espera que beira a desesperança, nós reclamamos de boca tão cheia que nem notamos cuspir ingratidão. Esse trabalho que aquela quase multidão, a cada manhã de quase 30 graus num filete de sombra, reza para conseguir.

Hoje é mais um bom dia para diminuir a reclamação. Se a vida não está como sonhamos, que busquemos saídas, mas jamais esqueçamos que podemos estar no lugar que muita gente acorda sonhando em chegar, enquanto aguarda na fila.