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Crônicas
18/01/2022
Gente à moda antiga
O que tá faltando é gente à moda antiga nesse mundo.
Mulher à moda antiga, homem à moda antiga.
Safada e até cafajeste à moda antiga anda em falta por aí.
Ninguém mais respeita a hora de ser malandro.
Todo mundo quer sê-lo a toda hora.
Perdeu-se a graça.
Até a sacanagem, antes difamada, seria melhor que a falsa malandragem que corre solta nowadays.
O mundo anda muito assanhado.
Nem sei mais quem é da noite ou do dia.
É gente grande se escondendo embaixo da cama e criançada invadindo a madrugada.
Muita mistura.
A confusão que se via, não se vê mais.
É outra coisa hoje.
Acho que nem nome deram ainda.
Falta essência, o ser diferente que tornou-se comum.
Desse jeito a gente se confunde.
E quem paga é o fígado.
Porque só com a cerveja para aguentar essa atrapalhação.
O mundo anda se atrapalhando.
Essa que é verdade.
Beija-se muito e sente-se pouco.
Corre-se muito e respira-se pouco.
Muito corpo para pouca cama.
Tudo é cama.
Tudo é muito.
Nem o corno hoje é motivo de piadas.
A coisa descambou tanto que não se tem mais o velho enganado.
O que tem é gente se empilhando, se amassando.
Que saudade da santinha do pau oco.
E das desculpas aceitas pelo cabelo molhado.
Quem tirou a breguice e, com ela, a inocência do mundo?
Faltam ex-amores, garçons e secretárias.
Levaram todos os bons bêbados e as princesas embora.
Tá faltando é gente à moda antiga nesse mundo.
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