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Casamentos

02/08/2022

Uma receita a quatro mãos

O que eu mais gosto no amor é a capacidade de encaixe que ele possui. Adapta-se com toda a facilidade do mundo às formas e aos modelos que se apresentam. O amor quer apenas existir e, para isso, adequa-se a qualquer realidade, cabe em todos os cantos, aninha-se em todo coração. Ele só precisa sentir que ali é bem-vindo, e no outro retribuído.

O amor é como uma receita feita a quatro mãos. Duas apenas não fariam com o mesmo sabor, a mesma graça, o mesmo prazer. Fossem somente duas, seria incompleto, com ingredientes faltando e o ponto passando. É preciso quatro para que nada fique pelo caminho. Um busca, outro cuida. Um acompanha, outro experimenta. Quatro mãos levando o prato escolhido como o ritmo da vida, como cada momento que já viveram. Como aquilo que sempre sonharam.

Mas o amor também é como uma viagem que nunca mais sai da memória. O destino alcançado com as mesmas quatro mãos que volta e meia se veem à cozinha, agora entregues ao próximo aeroporto. Aquelas viagens com direito a tudo. Planejamento, expectativa, entusiasmo. Quando se pisa no lugar que tanto esperou, caminha, visita, cansa, recupera. Carrega no olhar sorridente do outro as pilhas para o dia seguinte. E segue. Experimenta pratos típicos, bons ou nem tanto, procurados ou nem tanto. Se permite. Uma taça de vinho, uma garrafa também. O mapa sendo preenchido, e o mural da casa pintado com as cores de onde foram muito felizes.

Justamente pelo perfil tão acolhedor e adaptável que só o amor carrega, ele encontra motivo e razão de ser até mesmo quando nada acontece. Porque ele ama fazer nada a quatro mãos. Um domingo sem planos, um sofá e um filme. Cada um fazendo as suas coisas. O ócio como trilha sonora. O coração ao lado batendo na mesma tranquilidade que ressoa ali dentro.

O amor é leal. Companheiro. Fica quando as decisões são difíceis, apoia, sustenta, abraça. E vai junto. O amor acorda cedo ou se esparrama na cama até um pouco mais tarde, mas deixa o suco pronto antes de sair. Traz flores, constrói um jardim, faz do cuidado conjunto uma desculpa para serem, de novo, quatro mãos a se entrelaçarem.

Como o Paulo que faz tudo por um sorriso, como a Luci que devolve a força que o outro precisa. Almas que se encontraram, e vivem loucas pela próxima receita, o próximo aeroporto. Na Buenos Aires que tão bem os conhece ou qualquer lugar que não vê a hora de que os dois cheguem, levando o amor na bagagem.

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