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Crônicas
27/09/2021
O remorso é um canalha
O lugar mais perigoso que o ser humano pode pisar é o remorso. Essa lama que nos espera espessa e fétida quando colocamos nos erros do passado a culpa pelo caos que vivemos agora. Ele nos espezinha, humilha, cria pensamentos que nada tem a ver com a vida que queremos mudar, o arrependimento que bate quando conseguimos enxergar diferente.
É óbvio que, um dia, as más escolhas nos encontram. A falta de zelo ou perda de oportunidades enfiam o pé na porta e nos mostram, página por página, as vezes que tínhamos tudo de que precisávamos, aquilo pelo qual tanto esperamos e buscamos, e deixamos passar. Mas a pessoa que errou lá atrás não é mais quem reconhece e admite os erros aqui. Quem jogou fora tanta coisa cresceu, se mexeu, melhorou, se desculpou, quando o perdão era parte do processo. Acordou. Respira de braços abertos para toda coisa boa que queira chegar.
Esse terreno macabro chamado remorso tem absolutamente nada para acrescentar na vida de quem quer que seja. Não há como pegar o eu de hoje e levá-lo para onde ele precisava ter acertado. A nossa única chance é evitar repetir, e viver mais atento. Abandonar de uma vez por todas o ‘e se’ das nossas memórias.
Há de se atrapalhar em novos espaços, outros rostos, desperdiçar diferentes chances. Mostrar ao mundo que mudamos. Quem desejar entender e aproveitar, que venha conosco. O remorso que chafurde na própria lama. Arrependimento vem de bons corações, e remorso canalha algum merece um bom coração.
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