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Crônicas

31/08/2023

O que não faz uma mãe

É engraçado o que uma mãe faz por um filho. Engraçado, provavelmente, não é a melhor palavra para definir, embora seja quase uma piada nem sempre com graça tudo que encara. Ficamos, então, com curioso. Traduz e já responde não se tratar de algo lógico.

É curioso o que uma mãe faz por um filho. O mundo todo de lado para que aquele serzinho tão pequeno nem perceba o mundo cruel que o cerca, e que tanta injustiça seja quase como uma sina que ela, mãe, tenta evitar. E consegue. Óbvio que consegue.

Porque quando se trata do que faz pelo filho, os limites das forças são meros padrões há muito abandonados, e novos impossíveis são criados todos os dias. Impossível, aliás, que ela apelidou de ‘só mais um pouquinho’.

Muitas, e cada vez mais, sem contar sequer com um pai quem nem ausente é, porque pra ser chamado assim precisaria começar a aparecer de vez em quando. Ou em meio a relacionamentos conturbados no qual o parceiro olha só para o próprio umbigo, as únicas vontades, jamais chegando perto de proteger aquela criança da forma como a mãe é capaz. Frequentemente trazendo ainda mais problemas a um lar que clama por soluções.

Até as que caminham com pais verdadeiros, de amor e cuidado, de fraldas e insônias divididas. Todas elas vão muito além do razoável. Nas noites, nos esforços, na vida deixada de lado. Nos defeitos que precisam esquecer porque o choro dilacera o peito, e a febre corta o coração e a roupinha escapou e o brinquedo ficou tão caro.

Mulheres que entregam tudo por um colo apertado. A mãozinha agarrada à blusa. O cabelo da filha que já é o seu maior orgulho. O menino que já lê tão cedo, e a garota com a personalidade já tão decidida.

Filhos que não fazem ideia do cordão imenso de força criado por uma mãe que só quer que nada de ruim aconteça, e que o mal do mundo fique longe de casa, simples ou de vários andares.

No fim, uma mãe vai dormir em qualquer cama com só um pensamento. Aquela carinha, tão doce, vale toda dificuldade. Todo impossível que dribla. Claro que vale. Mas agora deixa ela aproveitar os raros minutos de sono. Logo o choro volta, pra mãe acordar e seguir transformando-o em sorriso.

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